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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Do texto inaugural até hoje

Muita água passou na ponte da Vida nestes treze anos.
Pouca produção deste poeta preguiçoso é fato, contudo, um ou outro texto que sirva de algum pequeno valor. 
Já com as águas, porém, a produção de tragédias foi regular,  ocorreram pelo mesmo motivo da primeira que no início deste blog,  e, com a pontualidade de um relógio. 
Todos os eventos esportivos almejados vieram e foram embora sem qualquer legado benéfico a infraestrutura deste país. 
Perdemos a Copa em casa e a maioria dos estádios da Olimpíadas hoje estão sucateados, mas, a chuva, essa não deixou de fazer vítimas, no cerne de fato nada mudou, e, incrivelmente, ano após ano, o filme das tragédias repetiu-se ora com mais mortos, ora com menos vidas perdidas e assim hoje estamos às voltas com mais de 60 vítimas. 
O que de fato mudou? 
Nesse meio tempo, também, coisas absurdas ocorreram na política do Brasil,  o povo até começou a se envolver mais com a política, e, infelizmente, não foi da forma certa. De alguns anos para cá o radicalismo surgiu de forma abrupta chamando de volta brados como "a volta a ditadura" e outros radicalismos prejudiciais. 
Os partidos apenas defendem suas "cores" brigam pelos fundos públicos e não os utilizam sequer para a mais óbvia das necessidades que é manter de pé as casas de seus contribuintes, e, não estamos falando de construir casas, diminuindo a grande demanda habitacional do país, falo de manter a cada daquele contribuinte que conseguiu conquistar o sonho da casa própria, na maioria das vezes, sem apoio algum deste Estado que agora surge sobre os escombros prometendo, novamente, ajudar. 
Assim assistimos o povo brasileiro transferir o "amor" futebolístico para a política, ao invés de desenvolver a razão e cuidar do Estado e não do político, criou paixões dignas de grandes clubes de futebol, entorpecendo ainda mais o nível de senso crítico que praticamente desapareceu da mente do torcedor, que dizer, do eleitorado brasileiro. 
Ou seja, em todas as profissões nada mudou, a cobrança por resultados só aumenta, agora, na política brasileira, o que importa de fato é o "time" que o candidato faz parte. 
Minha única dúvida é se o cidadão que vê sua casa destruída, por pura incompetência do poder público de lhe dar condições, nutri essa paixão cega que virou "moda" em nossa nação? Se ao ver um novo político prometendo ajuda a comunidade com o dinheiro dos cofres que todos eles mesmos ajudaram a encher, ele se pergunta qual time ele é? 
O povo é de fato o dono do Estado? 
Ou só são fãs de algumas figuras políticas?
(Devaneios de Sigmund e Freud)

Ao ler o texto inaugural deste blog fiquei muito entristecido, não pela copa perdida, nem por notar que escrevi muito pouco...o que entristeceu-me foi ver que a falta de consciência política, até mais que a chuva, é nossa maior chaga nestes treze anos e por saber que, no mínimo, pelos próximos treze anos este panorama não irá melhorar, pelo contrário, a tendência é piorar. 
Engraçado é ver que o número treze faz parte da história deste blog e,  também, da política política por ser o número do partido que agora está no poder... espero que seja um bom sinal e não um mau agouro.

Em outra ocasião falarei de outros fatos ocorridos nesta mais de uma década, mas hoje venho ao manifestar um pouco do meu pesar por saber que dificilmente nada há de mudar na próxima década vindoura

terça-feira, 25 de junho de 2019

Plenitude - Fundamentando em Pedra.

Plenitude: estado do que é inteiro, completo; totalidade, integridade.
É um conceito que se conhece, mas, que talvez não seja o mais difícil de um ser humano vivenciar.
Platão afirmou que o Universo é pleno, pois, nele estão todas as possibilidades, não lhe escapando nada. O que, em dadas proporções, vai ao encontro com a ideia da plenitude de Deus citada por Paulo em Efésios. Afinal de contas, se o Universo é pleno, Deus sendo descrito como Oniciente, Onipresente, Onipotente, entre outras características Univesalizantes, torna-se, por definição, o próprio Universo. 
O Universo de Deus, para muitos, é o coração do homem. 
Esta ideia é muito rica e trás a nós, seres humanos, uma grandeza preciosa ao dizer que o coração do homem tem a grandeza, ou seja, contem tudo o que existe. 
Desenvolvendo a ideia, o coração do homem seria capaz de enxergar, sentir, criar, destruir, edificar e um infinito de verbos, no sentido de ações que modificam o meio. Sendo, a intenção do homem, o princípio, o meio e o fim do Universo a que ele mesmo pertence e vive. Assim sendo, o homem não seria só a obra de Deus e sim parte, ou mesmo, o próprio Deus que o gerou e habita, também, dentro do coração, da intenção geradora, do Universo particular de cada um dos homens.

A profundidade desta ideia foge-me a parca capacidade descritiva e para elucidação, e, aprofundamento deste tema, se faz necessário buscar por ferramentas que auxiliem-me neste engenho. 
Creio que serão bons anos de busca e estudos que, confesso, inicialmente esta muito mal planejado, muito mais baseado em conhecimentos de internet, em princípios particulares, além de uma minguada leitura de poucas obras literárias, mas, é um projeto que se inicia, e, dentro de poucos anos terei mais a dizer, dando desenvolvimento a este texto que é a pedra fundamental desta nova busca que dividirei aqui, mais por registro do que por audiência, com os que se interessarem.
O Opinião Manakeu não é um espaço para o debate, é, onde as ideias do Manakeu, que vos fala, quando por interesse próprio, são expostas.  
Auxilia a quem deseja conhecer, com tranquilidade, um pouco do poeta, destacando-se da velocidade do pensar e do furacão frenético da forma que,  muitas vezes,  não possibilitam uma apurada visão, a olho nú, do sonhador no dia a dia.


segunda-feira, 11 de março de 2019

Campo devastado

Ontem achei que não conseguiria levantar hoje, dada a dor que meu coração carrega.
Fiz-me de forte e aguentei até o segundo onde perdi as esperanças e vi a chuva tocar o solo no momento em que as minhas lágrimas tocavam meu rosto. Até aquele último momento de esperança ainda pude acompanhar este fato para depois entregar-me, sem possibilidade de defesa ao rio de lágrimas que se fez em meu rosto.
Hoje, obrigado a erguer a casca vazia que restou do meu ser e ir ao trabalho diário notei que, o céu havia chorado em excesso também... minha derrota fora sentida e a tristeza compartilhada... morrera um ser nesta noite, o que sobrou foi somente a destruição que, por força da obrigação fui ver de perto. 



Encontrei na lama, nos carros cobertos pelas águas, no lixo em alturas que jamais sonharam em estar o espelho do que meu peito se tornara. 
Era minha imagem, do meu interior de frente para o espelho, a destruição que sobrou depois da devastação da guerra que assolou o meu coração.
Os olhares das pessoas sujas de lama salvar o que sobrou, encontrava em mim a reciprocidade.
Não houve surpresa em meu olhar parecia mesmo que eu assistia a mim mesmo buscando na lama algo de que sobrara do meu esforço inútil. 
Os olhares resignados e nas pernas cansadas e sujas de barro andando a esmo não conheci comoção em meu peito, nele reconhecia a empatia, de quem cansado se arrastava na mesma lama e, também, a esmo seguia junto de seus pares ambos sobre os destroços de anos de dedicação e esperanças. 
Não perdi nenhum bem material, como meus pares acabaram de perder mas, nesta hora, quando a dor ultrapassa o desejo das lágrimas não importa o motivo, a causa já deixou suas marcas, fica a incompreensão, a dor que de tão imensurável, encontra em outras dores a irmandade do sofrer sem palavras, do silêncio que não cala as palavras, mas, emudece a alma.
Assim choramos todos, agora sem uma lágrima sequer, pelo contrário, é a aridez da alma que faz de qualquer desgraça algo comum, algo tão tangível que sequer comove, pois, apenas se soma ao campo devastado dos próprios passos sem rumo que, os que sofrem, seguem juntos.

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