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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Morrer amanhã (calma lá)

Li o texto que escrevi ontem e vi porque temos alguns diagnósticos totalmente errados.
Em dado momento eu disse "parece que vamos morrer amanhã". Não é igual a síndrome do pânico como já fui diagnosticado, apesar de na época eu realmente estar com os sintomas desta síndrome.
Bom, eu vivi realmente a síndrome do pânico a sensação de morte a crise de ansiedade, venci realmente este mal, existiam gatilhos que disparavam o pânico e era muito difícil, mas consegui fazer um recomportamento destas situações e durante um ano e pouco lutei e venci. Contudo,  o TDAH ficou ali intacto, escondido após uma grande vitória.
Não sou especialista, mas creio que o TDAH levou a síndrome de pânico em dado momento devido a enorme dificuldade de convívio, pois foi esta dificuldade que desencadeou as primeiras crises da síndrome.
Estou explicando isso, pois pode haver um dia alguém que leia isto e pegue esta declaração sobre a sensação de que vamos morrer amanhã e confunda com a síndrome do pânico.
A diferença é simples, a sensação de morte da síndrome não é pra amanhã, ela é física vem na hora. Falta ar, o coração dispara, começamos a suar e tremer, "estamos morrendo", vai por mim é assustador e extremamente real é uma crise de ansiedade descadeada por uma situação, um gatilho que trás o medo e o corpo começa a ficar em prontidão para se defender. Como a ameaça nunca chega realmente as substâncias que aceleram o coração e te prepararam pra correr ou para a briga acabam agindo de forma maléfica em seu corpo te dando esta sensação de que você esta morrendo.
O tratamento para isto é baseado em remédios e em terapia comportamental, resignificação de situações que levam ao pânico e não é nada simples, eu sei bem!
Agora a sensação que eu disse no texto anterior e diferente, é tão minha que preciso fazer uma analogia para poder explicar sem me perder.
Imagine um escultor que esta desde os primeiros anos de seus trabalho, ali ainda na adolescência, empenhado em uma escultura e no momento já esta idoso e não consegue terminar a escultura. Em outras palavras, ele passou a vida construindo e não construiu não consegue terminar. Neste momento bate um desespero profundo, pois ele olha e vê que não tem mais forças, não tem mais tempo e pior não tem habilidade para começar uma nova escultura e que também esta não é a vontade dele a vontade dele é consertar aquela que ele se dedicou tanto.
O desespero neste caso é de se sentir incapaz, inútil e completamente sem saída, então, a vida simplesmente perdeu o sentido, pois ele dedicou a vida a uma ilusão. A ideia não é que ele vá morrer amanhã e sim que ele pode morrer amanhã, ou deve, pois é simplesmente um inútil. Afinal ele dedicou tudo o que ele sabia, todas as suas forças, tudo o que ele é em algo e não foi capaz de conseguir, então a pergunta é para que continuar vivendo?
Transporte isso para uma amizade cultivada há anos, sabendo sempre que tem uma espada sob a sua cabeça, e terá o escultor e sua escultura. A diferença é que o escultor não sabia que não tinha a capacidade de terminar a obra, nós sabemos e a cada fracasso comprovamos que a capacidade realmente não existia.
Neste sentido a vida vai se esvaindo por entre os dedos e o tal "morrer amanhã" é quase que um desejo forte de quem não se reconhece no mundo onde vive e a certeza de que se continuar só causará maiores problemas ou os mesmos com pessoas diferentes.

Espero ter esclarecido e que quem leia consiga olhar um TDA com maior paciência e ajudá-lo a sair desse ciclo infernal em que vivemos.

Solidão não é bom para ninguém, imagine quando você que se divorciar de você mesmo e fugir???

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