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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O Homem Sagrado deixa o corpo para trás e Corpo avança

Estou lendo Tao Te Ching de Lao Tsé e independente de quem foi este autor ou do que representa o Taoismo movimento filosófico ao qual ele pertence as primeiras mensagens são passadas na leitura vão de encontro a muitas filosofias e religiões sérias e bem firmadas.
Neste início o autor fala sobre a importância de reconhecemos o não reconhecimento... Complicado? 
Trocando em miúdos seria que as coisas possuem seu próprio valor independente da nossa cobiça por elas e não e nossa cobiça por elas que as fazem melhores, pelo contrário, nossa cobiça, nosso desejo por algo cria em nosso um sentimento de frustração, pois queremos tomar posse do que é belo. A ideia aqui é contemplar o que é belo e a medida que não se anseia acaba se faz uso sem a consciência deste uso, ou seja, você admira e valoriza a proximidade com o belo ou aquilo que tem valor, porém, não existe a necessidade de posse. Resumindo aquele que cobiça acaba perdendo um grande tempo lutando para ter algo e vencer as etapas que levam a esta conquista e depois percebera que de fato não tem nada, pois somos um corpo perene e deixaremos de existir e todas nossas posses deixaram de ser no nosso domínio. Agora aquele que não cobiça e não deseja, apenas usufrui daquilo que a vida lhe apresenta por suas ações sem intenções acaba levando para si toda a experiencia de ter convivido de igual com tudo e com todos sem o mando de sua autoridade e quando seu corpo perecer se tornará apenas mais uma das belezas integradas a natureza, enquanto o Espirito, Corpo com letra maiúscula no livro, seguirá sua jornada de aprendizado levando a riqueza do convívio harmônico sem o julgo do desejo e do anseio, ou seja, sem o fardo da posse.

Esta ideia vai muito de encontro com as ideias umbandistas, budistas e espiritas, contudo, cada uma das religiões abordam de forma muito peculiar e particular. Esta exposição de Lao Tsé, para mim, foi a mais sutil, delicada e clara que já vi em todos os cantos onde li e ouvi falar sobre este assunto. Foi sublime e recomendo a todos, não só a leitura, mas a prática da diminuição das aspirações em prol do convívio e do cultivo de bons passos. 

Serei o primeiro a ouvir o conselho, pois passei um ano de muitos anseios e desejos a flor da pele. Creio que é chegado o momento de olhar para dentro e esperar do mundo o que o mundo puder dar.
Não confundam isto com conformismo, pelo contrário, o conformado é aquele que obteve algo ou não obteve, mas julga que da forma como esta atualmente esta bem. O que coloco aqui é a prática do passo a passo, que vai de encontro com uma frase que eu uso até em meus treinamentos de Mahatma Gandhi "Cuide dos meios. O fim cuidará de si mesmo", em outras palavras:
Trabalhe com gosto pelo trabalho e não pelo dinheiro.
Ore pelo prazer de estar contato com Deus e não por necessitar de algo Dele
Converse com as mulheres, pois elas têm um papo legal e não porquê você as deseja.
Abrace porquê que quer demonstrar carinho e não porquê que você quer algo em troca.
E assim segue...

Assim quando seu salário cair em sua conta será um prazer receber por algo que você gosta de fazer, se você tiver uma noite incrível com uma mulher terá algo além da cama para lembrar  e terá uma experiencia muito mais completa do que só a do sexo e conversas vazias... se você receber um abraço em um dia que estiver triste ficará feliz e agradecido e não se sentirá pago pelo abraço que deu quando alguém precisou...

Definitivamente isto não tem haver com conformar-se é enxergar o mundo de maneira diferente e aproveitar de fato o que nos é oferecido pela vida.


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