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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

O vendedor honesto

O vendedor de pano honesto e honrado é algo tão raro que ao encontrar um dificilmente damos o devido valor. 
São seis míseros panos por R$10,00.
Se encontra por aí sete panos pelo mesmo valor, contudo, só ao comprar com o vendedor honesto que a senhora que atravessa a rua cheia de sacolas e pressa gritando ""quanto é os panos", irá ver pelas palavras do bom senhor as vantagens de comprar seis só invés de sete. Saberá, quase sem interesse algum em ouvi -lo, que vem sendo enganada pelos outros  vendedores,  "esses moleques que não tem respeito algum pelo cliente não vendem pano desta qualidade senhora, veja" e, ao tocar o produto acaba por realmente notar o quanto vem sendo enganada por vendedores comuns e desrespeitosos que dão um pano a mais a guisa de uma vantagem que se perde devido a qualidade de todos os panos juntos não chegarem sua pés de um dos seis vendidos pelo nosso nobre vendedor. 
Assim, num acaso da vida, a boa senhora apressada recebe do mundo o que ele tem de melhor e mais raro, a bondade proveniente do esforço daquele que poderia sim estar tirando o seu sustento com muito mais tranquilidade, só adquirir e ofertar panos de menor qualidade, mais baratos e que lhe dariam um faturamento muito melhor mas que, movido pelo verdadeiro amor aos valores do Bem, vendi os panos de qualidade com honestidade mesmo que nem possa oferecer uma sacolinha para que ela leve o produto devido a sua ínfima margem de lucro e, ou,  mesmo que sua honra não lhe dê o justo direito de entrar no boteco onde eu acabara de almoçar para adquirir o seu próprio almoço. 
Eis que a hombridade, em sua grande maioria de manifestações, não trás ao ser honroso o retorno material condizente com o esforço dispensado, dando somente ao coração do justo o prazer de estar fazendo o correto, indiferentemente ao sucesso financeiro que é, diga -se de passagem, efêmero e findo em si só. 
A vida é efêmera, tal qual um lucro proveniente das desonestidade, quanto mais queremos usufruir de algo alheio de formas oportunista, desrespeitosa e alvissareira de sentimentos, ingenuidade, valores, respeito e outras ofertas feitas por iguais que buscam em nós a solução, em maior ou menor grau, para suas necessidades, menor será o nosso devido retorno pois, a lógica do existir nos cobrará a cada minuto um preço de cada ato. 
A matemática da vida mostra a cada ser que quando o débito é maior que o crédito adquirido as dores serão, de igual modo, maiores que os prazeres e que a paz de espírito que teremos com o passar dos nossa dias e, acredito também, que mesmo estes, os dias de nossas vidas, aumentam ou diminuem em função desta fina e inegociável matemática. 

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