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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Racionalizando o Furacão

Quando faço alusão a um furacão, estou tentando mostrar a dificuldade de ter uma boa relação com o mundo e as pessoas a minha volta.
Descrevendo um guardião com necessidade básicas igual a todos os seres humanos que guarda um furacão vivendo dentro dele, busco mostrar que quem TDAH é humanamente igual a todo mundo. 
O "furacão" é esquecimentos, falta ou o excesso de foco, as emoções que fervilham, na intenção de demonstrar como este "furacão" desfigurada a nossa imagem nos diferindo do que enxergamos de nós mesmo.
O esforço em controlar o "furacão", sintomas do tdah, exige um gasto de energia em tarefas cotidianas que é fora do comum.

Uma rotina comum trás tanto trabalho que descuidamos de coisas básicas. Dizer bom dia ao chegar a um ambiente, lembrar o nome daquela pessoa nos trata bem, perceber que uma pessoa não esta afim de papo. Tudo isso acaba passando desapercebido enquanto controlamos o "furacão".

A alusão ao furacão nos define bem, pois temos que manter um nível elevado de prontidão, para manter um cotidiano normal. Em meio a toda essa turbulência muitas das vezes não conseguimos manter uma convivência harmônica, falamos demais, nos sentimos sozinhos, nos expomos fora do normal, ouvimos pouco, em suma, acabomos por demonstrar uma face que não esta em sintonia com quem esta diante de nós, mas que é extremamente necessária para manter a organização cotidiana.
Assim que esta a nossa volta ou se incomoda com nosso jeito muito elétrico e pouco atencioso ou simplesmente sente-se apenas uma peça num tabuleiro que nós mexemos sem importância alguma.


Peço que pensem nesta hipótese: Ao cuidarmos para que esse transtorno não afete quem esta a nossa volta gastamos dinheiro, energia e tempo. Contudo, poderíamos simplesmente nos dedicarmos ao que nos fizesse bem e deixar o "furacão" agindo livremente em nossas vidas.

Não se importar com os efeitos não terá impactos financeiros imediatos, nem nos fará viver em um nível de prontidão constante. Então:"1. Se me atrasei que esperem... 2. Se não entendeu da forma como eu disse que busquem entendimento... 3. Falo demais porque sou mais versado não me importo... 4. Vou almoçar agora, porque agora estou com fome (15hrs)" e por ai vai...

Se importar, dispende gastos financeiros e de energia gigantescos e envolve um contante monitoramento, onde cada passo é pensado e trabalhando para atender o cotidiano de forma satisfatória sem afrontar a sociedade.


Não se importar implicaria em viver a vida do jeito que ela se apresenta conseguindo ou não atender as rotinas cotidianas e nos entregando as necessidades que nosso foco colocar como prioritárias. Assim a possibilidade de tratar alguém que temos afeto com maior atenção se torna muito maior, afinal, não preciso estar sempre de prontidão para não esquecer outros afazeres importantes da data em questão.

Ao se importar você pode simplesmente receber uma mensagem assim "Quando você esta comigo é todo atenção e toques e conversas... Mas quando esta longe... Você não faz questão nenhum de saber nada, nem um "oi" você diz". Como vou lembrar de dar um "oi" se estou ali controlando um furacão desde o momento em que abro os olhos até o adormecer?
A pena de cuidar para que tudo "dê certo" é não conseguir dar atenção de qualidade e como gostaríamos a quem queremos... Então passamos por relapsos, desatenciosos, tagarelas e até mau intencionados, pois parecemos estar sempre buscando um objetivo específico e não uma convivência harmônica, quando na verdade estamos lutando para lidar com o nosso "furacão" interno.


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