Aqui o que vale é pensar

Penso Logo... Questiono

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ensaio sobre religiosidade

A religião, ato de se religar a Deus, nada mais é que o ato de ter expressado em nossas vidas os atributos que nos foram passados como qualidades bem vistas dentro de uma cultura religiosa.
A religiosidade por sua vez é a crença nestas ideias. Falando do cristianismo, sem entrarmos nesta ou naquela vertente, temos duas máximas inquestionáveis que são: Amar Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo.
Partindo destas ideias que são a base de uma vida cristã e de uma religiosidade sincera devemos ter claro o que é Deus para nós.
Creio, após estudos e vivências, que Deus é puro amor e que este amor que ele representa deve ser a base para todas as nossas ações e que mesmo nele se encerra a segunda ideia. Se amamos ao próximo como a nós mesmos, amamos a Deus consequentemente e neste ciclo exercemos nossa religiosidade.
O culto, a exposição das ideias e teorias, o conhecimento do divinino e dos dogmas de cada religião vem apenas para fortalecer e embasar este amor e esta busca pelo aperfeiçoamento deste principio.
Então, o primeiro ponto da religiosidade é o amor. Sem o amor não há religiosidade.
E o que seria o amor neste sentido religioso? Ele se diferencia do amor materno, paterno e conjugal por um fator que causa controversia nos sentimentos, ele é ser incondicional.
Este amor esta acima dos gostos pessoais, amamos como forma de vida, amamos quem não queremos amar. O amor neste caso ganha outra conotação, ele tem outro viés.
O amor religioso esta no fato de nos tornarmos ponte a Deus, se Ele é o amor em si e nós nos amamos e amamos ao próximo nos tornamos ponte para Deus.
Se não estamos dispostos a amar nossos semelhantes com carinho e afeto como a verdadeiros irmãos e não fazemos nada para diminuir as distâncias que nos fazem diferentes estamos exercendo nossa religiosidade apenas de maneira externa e em pouco estamos contribuindo para sermos pontes para Deus e somos apenas disseminadores de cultura e não parte de uma vida de religiosidade.
Perante a Deus não existe o não posso, ou o não consigo, existe sim o não quero, ou o não gosto que são o oposto da religiosidade. Por mais que coloquemos questões pessoais na dificuldade de relacionamento se somos religiosos temos a consciencia de que ao fazermos isso estamos negando o principio de ser religioso e os mandamentos principais do cristianismo.
Agir, por gosto e vontades próprias se afastando do amor que nos é pedido ou oferecido é negar a nossa religiosidade.
Não é fácil lidar com as pessoas, pois os sentimentos do outro não podemos vislumbrar com clareza mesmo que ele nos diga, mas ai esta a diferença entre o religioso e o não religioso.
O religioso vive do amor e sabe lidar e diferenciar o amor interesse do amor amigo, o amor religioso, o amor que quer construir algo de bom do amor com segundas intenções, o amor carnal, o amor que quer favores físicos para se tornar real. Tanto sabe distinguir nos outros como em si mesmo e aplainar as arestas sempre que necessário trazendo a retidão e a fraternidade sempre que necessário e assim transfrmando o amor impróprio em algo próprio ou afastando, com a exposição do amor divino, o amor nefando.

Este amor não deve estar restrito ao templo, igreja, tenda ou qualquer centro religioso ele deve fazer parte do intimo do regioso cristão, pois não deixamos de ser quem somos ao pisarmos fora do nosso local de oração e louvação. Pelo contrário, ele deve estar no nosso cotidiano e mesmo deve transformá-lo mudando nossas atitudes e comportamentos no dia a dia de forma a expressarmos em nosso convívio quem somos de fato.
Caso contrário seremos bons religiosos dentro de nossa religião e pessoas comuns fora dela iguais as quem tentamos ajudar em nosso dia a dia religioso. E este não é o objetivo da religiosidade, a intimidade deve estar sim ligada, intimamente ligada, ao que aprendemos sobre amor cristão e aos dogmas de nossa fé.

Não sou o dono da verdade, mas eu aprendi assim em minha vivência e assim acabo agindo. E venho a encontrar um grande embate entre a religiosidade e a vida publica, sinto que a distância entre uma e outra é tão grande que quando tento mostrar estas ideias me sinto ridiculo até diante de quem as devia conhecer. E encontro a frieza do não religioso dentro do coração religioso de quem chamo de irmão de fé.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisa

Arquivo do blog