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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Promessa



Naquele dia estava ele diante de sua vitima, o algoz arrependido.
Inclinou-se e disse: “Como posso reparar esta insanidade que cometi e que lhe furtou toda felicidade?”
A mulher, agora com ar mais sereno após muito chorar de revolta em reencontrar seu tirano disse: “Respeite as mulheres”.
Ele atônito, sentindo se a besta fera por ter trazido tanto mal aquela senhora perguntou-lhe: “Só isso?”.
Para seu espanto e vergonha a resposta foi afirmativa. Sentiu-se mal, pois agora na época atual já respeitava e tratava com desvelo as mulheres que se aproximavam tinha verdadeira preferência por amizades femininas.
Tinha ele uma real admiração pelas mulheres acreditava que elas eram a fonte da vida, por ela gerarem, a fonte do amor, pois inspiravam nele um grande carinho e por estes motivos tinha para ele que elas eram a fonte das alegrias.
Então, o pedido de sua vitima de épocas remotas era apenas um conselho para que ele continuasse seu caminho e isto o intrigava, afinal ele havia acabado com sua felicidade em outros tempos e esperava um pedido de maior vulto.
Isto mostrava o quão grande era a humildade daquela senhora.

O tempo passou e 6 a 7 anos depois aquele homem se sentia isolado, suas preferências por amizades femininas o relegaram a completa solidão praticamente lhe sendo difícil até lembrar de momentos felizes junto a alguém devido a grande coleção de mágoas adquiridas com o passar dos anos.
Até aquela altura todos os seus relacionamentos afetivos ou não deram certo por algum motivo, ou foram marretadas na destruição de sua auto estima, na sua auto confiança e até mesmo em seu amor próprio.
Andando pela rua lembrou da promessa e pensou: “Como fui tolo”.
O tal pedido simples que o destruíra, o tornara um homem triste, medroso, magoado, ferido.
Não questionava a humildade da sua vitima de forma alguma, mas agora olhava as mulheres com outros olhos.
Não via mais nelas a fonte da vida, do amor e da alegria. Pelo contrário, havia conhecido a frieza, a indiferença, a crueldade e o egoísmo de punir apenas para tirar alguém de seu caminho sem qualquer outro motivo real, menosprezando os sentimentos daquele que sofre por conta de seus desejos.
Sentia-se tão magoado que mal falava com as pessoas, preferia se manter sozinho em seus pensamentos, pois a convivência com as mulheres que em sua vida era abundante e antes parecia uma oportunidade de exercer o respeito se tornou um pesadelo. Agora a cada minuto que passa sente-se mais isolado pelo receio e perdeu os motivos para abrir a boca e se expressar.

Neste dia ele iria encontrar uma mulher que disse a ele que queria conversar um pouco com e tentar entender o porquê de tanta reclusão e dificuldade nos relacionamentos.
La estava ele a esperar novamente por alguém que resolve mudar de ideia independente de ter mudado o cotidiano da vida dele e que sequer atende ao telefone para dizer o motivo da falta. Foi à gota d’água, respirou fundo e tomou o rumo de sua residência pensando em como as mulheres não se importam com nada além dos seus interesses.
Amargando a dor de se sentir mal com ele mesmo refletiu e viu que o respeito às mulheres só serviu para derrubá-lo e que hoje a vontade dele de não existir não tinha outro motivo senão o fato de respeitar integralmente as mulheres e manter sua promessa.
Desolado olhos no relógio e viu que chegara a hora de sua oração diária a uma mulher em especial e quase não a fez, mas respirou fundo seguiu orando: “Deus que o Senhor ilumine-a, cuidando de sua vida e seus pensamentos e que ela seja feliz a cada momento da maneira que lhe for por direito. Contudo peço que para tanto ela consiga fugir da natureza fria da mulher e torne-se sempre uma ponte de amor e carinho modificando a crueza que é nata em todas as mulheres”.
Assim findou sua oração e foi para sua casa tentar dormir para levantar no outro dia já pensando em como dormir novamente sem uma nova mágoa no peito por tanto respeitar quem não o respeita.

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